Juro que não consigo perceber-te. Já tentei, varias vezes por ventura. Mas parece que quando estou quase la a chegar fechas a porta com 307 fechaduras bem resistentes. Não entendo essa tua maneira de pensar nas coisas. A tua maneira de agir, ou melhor, não agir. Metes-me nas mãos o nosso próprio caminho, sem esperares mais nada. Sem lutares pelo que queres. Se é que me queres. Porque o desejo eu sei que há. Mas isso sera suficiente?
Inicialmente passamos horas a falar, dias sem dormir, e sem que nenhum dos dois não soubesse o que estava a fazer o outro. Houve provocações, confissões, carinhos e muitas mais partilhas que se refletiram serem muito boas. Disseste-me que podíamos ser mais, sem nunca me prometer que o seriamos. Impuseste logo a tua posição. "não quero que te apaixones por mim, porque eu não me vou apaixonar". E eu aceitei, aceitei que não seria boa o suficiente para ti. Fizeste-me crer que eu seria mais uma num milhão. Mas ao mesmo tempo que recuavas fazias-me crer que o querias tanto como eu. Disses-te que querias ser o fruto proibido, apenas porque eu disse que era o mais apetecido, disses-te que querias ainda me fazer sorrir mais para o telemóvel, apenas porque significa que estou um bocadinho mais próxima de me conseguires ter. Não te culpo, inicialmente também só queria sexo. E por algum motivo estupido, aceitei. Um momento suicida digo-te já. Pois condenei-me logo ao fracasso. Afinal eu conheço-me o minimamente para saber que não consigo controlar o meu coração. Que a partir do momento em que me entregasse seria também a entrega da chave do meu coração. Afinal não sei gostar pouco. Mas aceitei, sabes porque ? Porque a minha ansiá de brincar com o fogo fala mais alto que o meu coração, e apesar de teres achado que não te ias apaixonar por mim, eu achei que conseguiria te mostrar o contrario. Eu sou uma grande mulher. Nunca duvido disso, talvez não a certa para ti. Pois talvez não sejas um grande homem.Sempre ouvi dizer que a maior covardia do homem é fazer despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de ama-la. E então talvez seja isso. Talvez sejas covarde. Talvez não tivesses a capacidade para me amar.
Mas,
O porque dos abraços apertados, das mensagens constantes, dos mimos presentes, das caricias existentes. Explica-me o porque do pequeno-almoço e do almoço como se fossemos pessoas normais, como se fosse possível existir mais do que um simples telemóvel, motel ou carro entre nós. E depois destes poucos momentos achares que foi perfeito pela companhia. E então eu sou isso, a companhia nos momentos monótonos da tua vida. O entretimento constante na espera da pessoa certa?
Apercebo-me que não me sinto bem com isso. Mas sou fraca ao ponto de não conseguir deixar-te. Porque os poucos momentos que passo contigo são suficientes bons para continuar a valer pelos maus. Mas até quando? Até quando me basta esperar por ti e pela tua falta de atitude?