quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Felicidade escassa.

E eu tento desistir de ti. Luto contra todos os meus instintos. E tenho conseguido, sabes?
Mas depois vens tu, novamente, doce e carinhoso que nem um copo de chocolate quente em pleno inverno. Vens suave e calmamente, sempre devagarinho e de repente estou eu, por entre os teus lençóis, embrulhada no teu corpo e de coração sereno. Tu deixas-te assim.
Finges que somos pessoas normais, convidas-me para partilhar a travesseira e eu recuso. Óbvio. Eu e tu somos apenas duas almas que se permitem amar quando se sentem sós. Para ti, não para mim. 
Sou a tua porta da salvação, e tu és o meu abismo por alcançar. 
Começo a achar que sou como os gatos, tenho sete vidas, ou talvez tenha sete vezes sete. Ainda estou a tentar perceber. 
Salto para o teu abismo, e tento trazer-te comigo. Por momentos sei que o consigo. Mas tu voltas para ele. 
Então afinal o gato és tu. De tantas vezes que te entregas para a solidão. 
Hoje estou muito confusa. Queria-te comigo, queria um beijo suave na brisa fria do entardecer. Na calma e silencio do teu quarto que tanto presenciou entre nós. Eu seria a tua porta da salvação, mas recusas-te a ser feliz. Talvez no fundo aches que não o mereças ser. Eu digo-te que sim. Tu pensas que não. E então fico-me por aqui. À espera que o queiras ser e me ligues para te fazer feliz. 
E eu sei que o fazes, só não sempre que eu o desejaria.