sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Ouriço cacheiro

Tu deixas me sem chão, sem teto, sem reação. Tu deixas me completamente sem respiração. É suposto sobreviver contigo?! Explica-me, como se fosse a mais ingénua criança que jamais conheceste na tua vida.

Tiras me as palavras, o som, os pensamentos. Retiras e restritas as minhas emoções, e petrifico! Como o mais ínfimo ouriço cacheiro, que, quando em perigo, espeta os seus espinhos e fica imóvel. É isso! Tornas me num ouriço cacheiro.

E que comparação mais sem jeito que me fizeste chegar. Mas é mesmo isso que me tornas.

A mulher mais sem jeito de que me lembro e relembro. Um fracaso.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Sai te diabo

Deixas me com os pelos em pe, e o coração quente.
Sinto o sangue a correr quase como atropelando-se uns aos outros, e a entrar como jacto para os meus ventrículos.
Sinto me a acelarar,

- desaparece por favor -,

E então fujo.

De ti, de mim e de tudo o que um dia poderiamos ser. Ou não ser.

Gostaria de poder esquecer tudo o que se passou desde o momento em que te vi pela primeira vez.
E voltar a ver-te novamente.
E sinto que,
desde sempre me sentiria assim.

Tonta, sem jeito, e com uma vontade enorme de fazer o que me dizem para não fazer. E quantas mais vezes me disseres que não, mais vezes sinto que será que sim.

E como posso entrar em tal tamanha confusão comigo mesma.

Acalma-te diabo.
Que eu vou tentar acalmar o meu coração.