quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Escrever

Quero deixar de escrever para ti.

Quero me sentir segura e completa. 

Não quero meias certezas e muito menos meias duvidas. 
Não quero.

Quero que me queiras. Sem resma de duvidas, e que não haja mais mulher a face da terra que tu queiras a não ser eu.

Será pedir muito?
Ficava-me por ai.

Quero deixar de escrever para ti.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

(Re)

E apesar de tudo, estavas ali. Diante de mim, a mesma que sempre conheci. Sem resma de duvidas, nem de incertezas. E eu tremia, de saudade e vontade de construir novamente tudo aquilo que se quebrou. E apesar de saber que nem tudo pode voltar ao que era, eu desejei. 
E estava lá, a mesma importância, o mesmo amor, o mesmo carinho. (Re)tomando tudo ao seu lugar. 

E tudo o vento levou.
E ficamos nos.

sábado, 22 de agosto de 2015

"Ruiva"

"Ruiva"- (deu-se um silêncio logo de seguida) pensei de imediato que não queria acordar. Dizia para mim própria: - mantém os olhos fechados, não acordes. O sonho vai acabar! - e eu fechei os olhos. 
Mantive-me assim até voltar a ouvir. - "Ruiva". (E ganhei consciência). Abri os olhos, e entrou-me uma luz provenientes do nascer do dia de modo a parecer lâminas por entre as minhas pupilas. Voltei a ganhar consciência, e vi os teus lençóis floridos que me apelam à lembrança do amor dos meus pais, desejei poder dizer que eramos um, mas sei que seria mentira. 
Então abri novamente os olhos, levantei os lençóis, e vi os teus olhos cor do céu, o teu sorriso formando meia lua, e desejei puxar-te para mim e dar-te um abraço de uma vida, não te deixando ir. Em meros segundos, voltei a tomar consciência. Afinal, seria eu a ter de ir embora, certo? Estava infiltrada por entre  os teus lençóis. Nua, onde ainda ninguém me consegue convencer não ser o meu lugar. E então, meia bruta, e com a consciência em plena dormência, levantei-me, procurei a minha roupa, espalhada por ti, umas horas antes enquanto estávamos em êxtase, quando me apercebo das tuas palavras: -tem calma. 
E eu parei. E voltei a tomar consciência, das tuas palavras anteriores. "Só te acordei porque tinha coisas combinadas, se não deixava-te a dormir". Quis sorrir, mas a minha atitude não conseguiu mudar, fria, continuei a procura da minha roupa. Vesti uma meia, sei que continuavas a falar, qualquer coisa como: "ainda mandei mensagem a confirmar se era para ir...", palavras que já iam longe, porque eu só pensava que não era suposto ter adormecido, sentia-me a invadir o teu espaço, a tua escolha. Vesti o meu top, sempre a falar como se as palavras me fossem fugir se eu não as dissesse naquele exato momento, como se fosse possível explicar o facto de ter adormecido depois de me teres dado uma das melhores noites da minha vida. Como se o sentimento que eu senti naquele momento pudesse ser contido. Então, ele entregou-me as calças, eu vestia-as. E levou-me a porta! Deu-me um beijo seguido de um "bom fim-de-semana" e saiu comigo. Entrando no elevador, metendo-me a língua para fora como já é habitual se despedir. Como uma criança acabada de ter o que queria, ou talvez como um último carinho de modo a quebrar o gelo. 

Mas afinal, será que ele é que se afasta, ou serei eu a idiota que pensa em tudo demais?!!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Fazes-me sentir grande...

Fazes-me sentir grande. Fazes-me sentir mulher. Será isso o suficiente? 
Fazes-me sentir capaz, e valente. Sozinha. Mas será isso que eu mesmo desejo?

Nos temos de saber ser um só para que possamos um dia ser um em dois. Mas será realmente que sabes que podemos ser maiores juntos? Será que um dia serás independentemente capaz ao ponto de me deixares cuidar dela? Dependeres só um pouco de mim, e do que eu sinto por ti. Como eu já dependo de ti?

Fazes-me sentir grande. Fazes-me sentir mulher. Mas eu também preciso de poder ser criança. E sentir que tenho alguém que me ampare nesses exatos momentos.

Ontem eu só queria um "fica aqui comigo" e o que eu obtive foi um "estas bem para ires embora?"...

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Abraço escondido

Trazes-me uma sensação de insatisfação. Trazes-me a tristeza de não te poder agarrar quando me dá na alma. Trazes-me a frustração do beijo perdido no impossível, e a vontade do abraço escondido. Mas que nunca acontece, porque o teu medo, ou vontade é maior que o teu desejo por mim. 

Sou uma irresponsável nata, ou apenas não o consigo ser contigo. Tiras-me da terra, levas-me longe. E deixas-me lá, perdida no fogo ardente que me queima as entranhas e me devolve a terra!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Borá lá ?

Hoje a minha vontade era de pegar nas minhas malas, apanhar um avião e correr para os teus braços. Era aprisionar o teu peito ao meu e com as minhas unhas te arranhar do pescoço ao fundo das tuas costas, e acabar com um apalpão no teu rabo, fazendo te crer que és meu. E que nisso não tens opção. Possuir os teus lábios com um beijo longo, seguido de uma mordidela no lábio e um sorriso maroto, anunciando prazer. Empurrar-te para cima da cama, e deixar-te extasiado apenas com a minha imagem. Onde aprisionava a tua anca pelo meio das minhas pernas, agarrava-te pelos punhos das tuas mãos, e te perguntava: - Vamos foder?

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

"Sim"

Das-me tudo o que o meu corpo precisa, mas não tudo o que o meu coração necessita. E mesmo assim, o meu corpo ganha. Pela sensação de te consumir durante minutos seguidos, que num ápice passam a horas, deixando-te exausto de prazer e luxuria. Pela força de atracção que pouco ou nenhuma se compara a força da gravidade.

Consegues ser a lua que me ilumina a alma, a alegria da tua satisfação é a alegria do meu coração. E embora pense imensas vezes que possuo o controle de toda a situação, tu apareces-me por trás, agarras-me pela cintura, encostas o teu peito ao meu, aprisionando-me contra a cama, e mostras-me que afinal és tu quem me controla. Dando-me o prazer que tanto anseio ter sempre que estás longe.

E o meu coração deixa. Deixa que aconteça.

E o meu corpo sorri, para ti. Sempre que te aproximas e automaticamente os meus braços se enrolam pelos teus ombros e a minha boca se aproxima da tua. Sempre que te procuro e tu, de sorriso maroto nos lábios, murmuras: gulosa. Sempre que me chamas, de sussurro "ruiva" ao mesmo tempo que entrelaças os teus dedos pelos fios do meu cabelo sempre cuidadosamente. 

Sempre que me perguntas: "vamos foder" e eu de lábio trincado te digo: "sim"