segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Estas carente ?

"Apetecia-me estar contigo" - Perguntei a medo, acreditas? 
Apesar de já conhecer de cor o teu corpo, e não haver quase mais nenhum segredo a desvendar dele. Apesar de meses de prazer, em que me fazes sentir a mulher mais desejada do universo e eu te faço sentir o "Don Juan" mais sexy de todos os impostores. Apesar de não existir mais nada entre nós do que a minha pele de barreira com a tua.

Mas perguntei-te a medo, 
talvez porque estava carente, quem sabe. 
As vezes sou feita de desapego, de brutidão misturada com insegurança. 

Desejo-te o suficientemente para não te desejar só em corpo. Desejo-te em alma também. Apesar de sentir que não o posso desejar, apesar de achar que a partir do momento em que te o disser tu vais apanhar o primeiro jacto que encontrares e voar o mais rápido que conseguires para o outro lado do mundo. 
(Não te enganes, não dês 360º a terra, mas também não fiques pelos 180, fica entre um e outro, assim mais tarde ou mais cedo voltarias para mim.)

Perguntei-te a medo, e tu perguntaste-me se estava carente. 
(Não seria óbvio?) 
Logo de seguida disseste que estavas. Mas a minha pressa em te responder foi mais rápida e eu já tinha enviado a resposta bronca e fria de sempre. - "Eu? Carente? Eu nunca estou carente." 
(Como se houvesse algum mal em estar, como se ser mulher me tornaria menos atraente aos olhos dele.)
E então perguntei-te se estarias mesmo carente, de que precisarias? Mimos? 
Eu estaria pronta para os dar, 

para os receber também.

Perguntei-te a medo, já to tinha dito? 
Contudo abriste-me o coração "Eu dou-te claro."
 Os mimos que eu quisesse, e pediste-me que fosse ter contigo.

Eu fui, cheirosa como sempre. Com um dos vestidos que ele considera sensual, não fosse os mimos dar para o torto e ter de entrar com a sedução ao mais alto grau. 

Porque eu sou feita de desapego, de brutidão misturada com muita insegurança.

Beijas-te me como nunca me tinhas beijado. Foste um poço de cuidados, misturado com um pouquinho de sal. Foste cheio de carinhos, com gestos suaves como a brisa. 
Essa que tanto admiras proveniente do vento. 
Já sei tanto sobre ti, mas sei que também nada sei. 
És o meu eterno mistério.

Podes dizer o que quiseres, mas  olhaste-me com aquele olhar. Aquele em que parece que estamos a gritar de desejo. Mas um desejo de bem. Um desejo de fica, um desejo de ama-me. Aquele mesmo em que desejas captar cada traço do seu rosto com o simples  medo de poder perder alguma coisa pelo caminho. Com o medo de me perderes.

Será que tens medo de me perder?

Hoje podes dizer o que disseres, mas hoje não fodemos.
HOJE FIZEMOS AMOR.

Borboleta

O teu abraço,
Fala muito mais do que os teus lábios.

Eles falam comigo. 

Como se de palavras se tratassem. 

Descrevem-me composições com as mais belas paisagens panorâmicas, 

aquelas que são apenas encontradas e  admiradas em quadros dos mais famosos pintores.

Como nos livros de contos de princesas, ou mesmo nos dos poetas mais ilustres de sempre.

O teu abraço, 
encanta-me a alma, venera-me o coração. 
Encolhe-me o espírito e prende-me ás borboletas. 

E sabes do que me apercebo? 
Que o animal mais perigoso para o homem 
é a borboleta presa no estômago!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

"Gosto de ti"

Tudo parecia no seu devido lugar... A tua boca entregue à minha, as tuas mãos pelo meu corpo, o teu calor envolvido em toda a minha alma e o meu calor infiltrava-se por toda a tua pele. Tudo parecia estar no seu devido lugar, as estrelas pareciam que se alinhavam automaticamente e o teu olhar era meu, pois só me refletia a mim. E a toda a excitação do momento. 
E é assim que me sinto sempre que estou perto de ti, sempre que te sinto mesmo quando estamos separados pelo segredo. E tudo volta a fazer sentido, o que á poucas horas, quando longe de ti, parecia estar desajustado. Quando as dúvidas insistem em permanecer cravadas na minha mente sem me deixarem viver o momento. 
"Estas a complicar" , disseste-me agora percebendo eu que estavas certo, tudo já é tão complicado, e porque não sermos nós os únicos descomplicados da vida? 
Vamos viver o momento, disseste-me tu desde o início. E fomos vivendo, aprendendo a lidar um com um outro, a controlar o desejo que tanto insiste em persistir dentro de nós, que em vez de acalmar parece que cresce a cada vez que o tentamos apagar. E ontem, não diferente das outras vezes, sempre com o mesmo fogo e paixão, voltei a tentar apagar o anseio de prazer que me das. Tentando provar a mim mesma que só disso preciso, de ti, do teu corpo entregue ao meu. Sem complicar. 
E enquanto me envolvias com o coração, saiu-te, e eu não quis ouvir. Ou pensei que não estaria a ouvir direito, e repetiste. "Gosto de ti". Sem hesitar, sem pensar, sem refletir, não disse nada. Apenas sorri, o que te fez recuar. E passado segundos disseste algo como gostavas de mim assim, envolvendo-te as pernas com os meus tornozelos , e as mãos entrelaçadas aos teus dedos. Encostando o meu peito ao teu, e acariciando o teu coração com o meu. Achei-te hesitante, por não ter correspondido ao teu "gosto de ti", mas não foi porque não o sentia. Acho que tive medo, medo de por em palavras o que há muito já sinto no coração. Porque quis saborear a sensação das palavras que saiam em sussurro dos lábios que tanto anseio beijar. Porque com essa frase deixaste a minha alma a transbordar de alegria. E acabei por estragar o momento. 

"Gosto de ti", e isso soa-me como o arco íris num dia cinzento, fazendo-me viver o momento com alegria. 

Eu também gosto de ti!