E é assim que me sinto sempre que estou perto de ti, sempre que te sinto mesmo quando estamos separados pelo segredo. E tudo volta a fazer sentido, o que á poucas horas, quando longe de ti, parecia estar desajustado. Quando as dúvidas insistem em permanecer cravadas na minha mente sem me deixarem viver o momento.
"Estas a complicar" , disseste-me agora percebendo eu que estavas certo, tudo já é tão complicado, e porque não sermos nós os únicos descomplicados da vida?
Vamos viver o momento, disseste-me tu desde o início. E fomos vivendo, aprendendo a lidar um com um outro, a controlar o desejo que tanto insiste em persistir dentro de nós, que em vez de acalmar parece que cresce a cada vez que o tentamos apagar. E ontem, não diferente das outras vezes, sempre com o mesmo fogo e paixão, voltei a tentar apagar o anseio de prazer que me das. Tentando provar a mim mesma que só disso preciso, de ti, do teu corpo entregue ao meu. Sem complicar.
E enquanto me envolvias com o coração, saiu-te, e eu não quis ouvir. Ou pensei que não estaria a ouvir direito, e repetiste. "Gosto de ti". Sem hesitar, sem pensar, sem refletir, não disse nada. Apenas sorri, o que te fez recuar. E passado segundos disseste algo como gostavas de mim assim, envolvendo-te as pernas com os meus tornozelos , e as mãos entrelaçadas aos teus dedos. Encostando o meu peito ao teu, e acariciando o teu coração com o meu. Achei-te hesitante, por não ter correspondido ao teu "gosto de ti", mas não foi porque não o sentia. Acho que tive medo, medo de por em palavras o que há muito já sinto no coração. Porque quis saborear a sensação das palavras que saiam em sussurro dos lábios que tanto anseio beijar. Porque com essa frase deixaste a minha alma a transbordar de alegria. E acabei por estragar o momento.
"Gosto de ti", e isso soa-me como o arco íris num dia cinzento, fazendo-me viver o momento com alegria.
Eu também gosto de ti!
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