Sempre escrevi para ti sabes?

Sempre escrevi para ti sabes?

Sempre desejei escrever a nossa historia desde o inicio e se possível que não houvesse fim.

Lembras-te? Um dia imprimi uma data de textos e levei-tos, e ao ler tocou-te. Cria-te escrever um livro, sobre nós e só para ti. Falava do nosso inicio atribulado e do momento em que correste atras de mim numa noite um bocado gelada, onde me vieste pedir desculpa pelo teu afastamento repentino.

E eu mandei tudo para o ar. Passaram 6 anos, e houve tanta coisa boa. 

Não me lembro do exato momento em que deixei de escrever para ti. Mas se hoje me oferecessem um desejo seria voltar a esse dia. Escreveria para ti e para mim, escreveria para nós e talvez o meu amor por ti não cairia em esquecimento. 

E sim, falo o meu amor, porque o teu fui eu que o matei.

A verdade é que eu achei com todas as células que tenho no meu corpo, que não me iria arrepender. 

E não era suposto.

Eu andava feliz, vivi feliz e aprendi a gostar de mim assim, sozinha, sem precisar de ninguém para resolver os meus problemas, sem o apoio de alguém que fazia de tudo para me fazer e ver feliz.

E vocês pensam, quem é a burra que não desejaria alguém assim.

Eu.

Eu não quis durante muito tempo, e quando me apercebi que afinal era isso que eu queria, que era isso que eu procurava em cada rapaz que vinha tentar falar comigo, que eras tu que eu procurava em cada rosto que me aparecia,

era tarde de mais.

Um dia, pode ser que te conte os sonhos que tinha para nós.

És o para sempre, mesmo que o para sempre não exista.

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Como é possível eu saber que não aguentaria mais seguir contigo mas continuar a amar-te, como foi possível ter de passar quase dois anos para eu perceber que te amava mas que nada funcionaria se eu achasse na altura que te amava.

Parece incoerente, mas faz sentido na verdade.

Eu sempre te amei, mas éramos crianças e entramos num abismo de tal forma que era impossível de sair de lá. Já havia raizes enterradas por toda a nossa relação, e para mudar só mesmo pela raiz. Hoje sei que vou sempre te amar, e por mais pessoas que me façam sentir apaixonada, desejada, nunca ninguém poderá tirar o teu lugar. 

És o para sempre, mesmo que o para sempre não exista. 

Pronta para o próximo passo?

Tu estás cada vez mais envolvido e eu repenso em tudo o que está para trás. Estarei pronta ao mesmo tempo que tu? Estarei eu disponível para te abrir o meu coração pleno e sem arrependimentos. 

Jurei que nunca te magoaria, e assim o será. 

Consegues lidar com isso...

"Estamos mais íntimos" - dá-se um silêncio em todos os movimentos do meu corpo. Faço apneia na minha respiração involuntária e respiro-te. Todas as minhas veias já pulsavam o sangue demasiado depressa e de repente...

"Consegues lidar com isso?"

Larga quem não te agarra

Não o era

Não era amor o que sentiste. E nunca mais me digas o contrário. 

Se fosse amor, nunca entrarias com outra alguém por dentro de tua casa, nunca a apresentarias ao teu afilhado e muito menos a tua mãe. Se fosse amor, tentarias mais uma e outra vez. E não me venhas com historias porque eu não me acredito. Se fosse amor, ainda hoje te estarias a curar, assim como eu. E com isto não estou a ser hipócrita ao ponto de dizer que não tive ninguém. Mas sim que nunca em nenhum momento o quis incluir na minha vida por completo. E posso ter me apercebido tarde do motivo real, mas apercebi-me. Por isso nunca mais me digam que foi amor, porque sinceramente esse nunca existiu,

Fim do livro

Eu vou ter filhos, que não serão os teus.

Irei ter uma casa, que não será partilhada contigo.

Irei ao Egito, e não estarás ao meu lado, 

irei fazer mais duas tatuagens e não estarás la.

Não iremos partilhar os cães, nem as brigas, e muito menos o sushi.

(é verdade, não me ensinaste a gostar, tive de faze-lo sozinha)

Não haverá mais ferias, saídas a dois, brincadeiras até alguém cair da cama, ataques de riso, aniversários bonitos, surpresas de dia dos namorados.

Acabou.

E chegou a altura de terminar o livro.

Era uma vez...E foram felizes para sempre...
Separados.

Apelo a ti e a deus.

Bastava que dissesses:

 - anda - 

e eu iria.

Foi um último apelo. Um último desejo.

Digo te adeus, porque queria que ficasses. Digo te adeus com a mais ínfima resma de esperança de que voltasses. 

Sabendo sempre que nunca o farias. 

Foi bom, e será eterno. 

Hoje sou livre, de coração e alma. 

Sei que tentei, sei que me exprimi. 

Resta-me deixar-te ser feliz, e tentar se-lo também. 

Dar a alguém a oportunidade de me fazerem feliz. 

Entregar-me por inteiro. 

Dar tudo o que te dei e tentar não errar novamente. 

Fazer o que tantos me pediram e que eu nunca fui capaz de fazer. 

Deixar alguém entrar ... 

Resta apenas a saudade. 

E a certeza de que um dia, contarei esta história como sendo a mais bela história de amor.~

Ano novo, vida nova...

Ano novo, vida nova. 

E assim será. Sei que quando menos esperar irá aparecer alguém que seja, digamos assim, menos tu. Que não me faça chegar a comparações parvas e sem sentido. Que não me faça desejar nunca ter desistido de nós. 

Sim, eu desisti. 

Mas não me arrependo.

 Hoje somos o que somos por isso. Naquele tempo não funcionaria por muito tempo. Sei disso, pois sempre fui fiel a mim mesma. 

Hoje vivi e (re)vivi toda a nossa história e quem sabe não teremos um amor eterno. 

Quero acreditar nisso. 

Quero que sejas a minha eternidade como sempre o disse para quem quisesse ler. 

Hoje li e (re)li as nossas últimas conversas, experimentei o anel de compromisso que no passado me deste e chorei ao ver as nossas fotos. 

Tantas memórias guardadas em uma caixa para serem esquecidas. 

Hoje vou dormir com o teu pijama e amanhã guardo-o novamente onde não deveria ter saído.

 Amanhã penso, reflito e decido. 

Não prometo que não escreverei mais sobre ti, mas tentarei. Sabes onde moro, sabes como me encontrar. A partir de hoje terei a minha promessa cumprida e deixarei tudo em tuas mãos. Um dia pode ser que nos cruzemos novamente. Ou talvez não. O destino o determinará. 

Agavo-te