quinta-feira, 4 de abril de 2019

12 Março

Começo a acreditar que o imperfeito é inevitável. Cheguei, envergonhada, devagarinho, e sem grandes alaridos. O nosso dia tinha acabado de começar e para mim, bem para mim à pouco tinha terminado o anterior. Não estava gloriosa, nem me senti uma completa diva prestes a atacar a próxima vítima. Mas, senti-me pois, a mais pequena criança de todas. Com um desejo enorme de me esconder no primeiro canto que encontrasse. E assim foi. No cantinho do sofá. Minúscula e constrangida. Depois beijas-te-me, e eu beijei-te. Os teus lábios sabem-me que nem seda (como se eu soubesse como ela sabe), mas imagino-a assim, suave e quente, e ao mesmo tempo fresco. Foi um começo. Que se encaminhou por entre a tua pele, e por entre as minhas partículas mais profundas que nem sonho ainda sequer que existem. - estas ansiosa ou nervosa - só com medo de perder o momento. (penso estupidamente para mim que se respirar menos o tempo vai passar mais devagar.) E então o meu corpo enrolou-se ao teu, e não quis mais sair. Soube naquele momento que não queria mais sair. Poderia ficar ali, um, dois, três dias sem que o meu corpo, provocado pelo cansaço me pedisse o que quer que fosse mais. Só te pedia a ti. E assim foi, durante horas apenas porque a fome apertou. Não para mim. Como sempre pouco quando estou nervosa. Mas não, não foi perfeito, tu não foste o Don Juan, nem o Cristian Grey, mas foste tu. E eu não fui a Pamela Anderson, nem a Paris Hilton, Mas fui eu. E apesar de não existir o perfeito, acho que não poderia ter sido mais perfeito.

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