Ontem falaste-me ao coração, e eu ouvi sem hesitação.
Porque no fundo sinto aquela necessidade quase como insuportável de te proteger.
Sinto que te devo abraçar e te embalar como nos faziam em crianças.
Sinto a suplica no teu olhar e o medo nas tuas mãos.
Mas também sinto o inevitável.
Sinto que te faço mal e bem ao mesmo tempo, sinto medo e vertigens de mim mesma.
Sinto tristeza magoa e negações.
Ontem disseste-me que quando uma lâmpada funde numa casa, a primeira coisa que se faz é trocar essa lâmpada. E que por mais que queiramos essa seria a solução, e nunca trocar de casa. Disseste que isso se assemelhava a uma relação. E que era-mos nós reflectidos numas só palavras.
Que esta era a nossa situação.
Mas por vezes as lâmpadas vão sendo trocadas umas atrás das outras. E um dia talvez percebas que ás vezes o problema não é das lâmpadas. Mas da casa. Que já se fundiram tantas que já nem sequer vale a pena consertar, mas sim trocar de casa.
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